terça-feira, 10 de outubro de 2017

Sobre a experiência estética

  
Foi ao Centro Cultural Caixa Econômica, para ver a exposição Êxodos, com fotografias de Sebastião Salgado. As 60 lâminas em preto e branco estavam dispostas ao longo de duas salas contíguas, organizadas em sequências que se referiam a refugiados de guerra, à condição humana nas grandes cidades, a disputas pelo direito à terra. Eu o vi observando longamente cada fotografia, e lendo as informações respectivas. Demorou-se diante de cada uma. Sua emoção transbordou no gesto e no silêncio. Comoveu-se com os rostos sofridos, com as cenas e os ambientes nos quais crianças, mulheres e velhos teimavam em continuar vivendo.

Saiu dali profundamente tocado.

Mais tarde, em casa, falou de sua comoção ante as condições de quantas mulheres e crianças em situação de risco e miséria, e da ignorância de todos nós no tocante às circunstâncias nas quais vivem milhares de pessoas nos quatro cantos do planeta. Falou como se fosse testemunha presencial das condições de dor e sofrimento vividas por aquelas pessoas fotografadas. 

A experiência deixou-lhe marcas indeléveis.

Salvo engano, se é que a arte serve para alguma coisa, deve ser para isso...






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